sexta-feira, 25 de março de 2011

Zangief kid e o futuro de nossas crianças

Me senti em Esparta, após assistir aos primeiros minutos da entrevista feita com o mais novo fenômeno do youtube: o gordinho que disse "Chega!!". Será que só eu fiquei horrorisada com o nível de agressividade do vídeo?? Com a possibilidade de uma criança matar outra sem mais nem pq?? Pra se defender de uma situação que deveria ser responsabilidade de adultos, de educadores?? Pais, professores, psicólogos, pedagogos, e sei lá que p... mais, vcs não assustam com o caminho que nossas crianças estão trilhando???

Agora pronto, encontraram uma solução para o Bullying: vamos transformar as vítimas de violência em "homens", ensiná-los a pagar com a mesma moeda. Estamos indo bem, diminuição da maioridade penal, prisão de mulheres que abortam, de estudantes que protestam e agora incentivar o combate da violência com mais violência, e melhor ainda, na escola que já vem se constituindo um ambiente suuuuuper agradável e livre de conflitos. Que medo!! Não digo para punir esse menino, mas ao fazer esse alarde todo de apoio a reagir com violência a atos de violência, estamos colocando uma arma na mão de nossas crianças.

O bullyng é um problema sério que existe desde que o mundo é mundo e as relações sociais são pautadas em hierarquias preconceituosas e limitadas, hoje ele é estudado, recebeu um nome bonito (em inglês pra ser mais respeitado), porém como td que é "novo" querem dar uma solução relâmpago para a questão, agora a proposta é municiar nossas crianças para reagirem, "acabem com seus inimigos!!!", "no mercy!!!". É essa a mensagem que queremos deixar para os nossos filhos, sobrinhos, netos, etc? É mais um legado de intolerância e filosofia da punição que deixaremos?

E quanto aos agressores? Morte aos monstros terríveis e cruéis que não tem piedade de suas vítimas? Paguemos com a mesma moeda a tortura de nossos algozes de 13, 14, 15 anos?

Realmente o termo criança está em desuso, saiu de moda. Não haverá ECA capaz de devolver a nossas crianças o direito de errar e aprender com seus erros? De receber apoio de um adulto, suficientemente adulto para apontar as regras mais básicas de convívio social? Como respeito à liberdade e aos direitos do próximo; entendimento de que o mundo não é seu parquinho e as pessoas não precisam se enquadrar à suas regra; liberdade de escolha; libertação dos padrões estéticos, reflexões sobre a diversidade humana, cultural, sexual ou racial...

Acho que não, afinal quem faz essas reflexões????...

As crianças são o futuro... pois se continuarmos assim teremos mais e mais do mesmo nas próximas gerações.